"O que está a
acontecer desde há dois anos é vergonhoso, caótico e profundamente injusto",
disse à agência Lusa a professora Sofia Barcelos. A docente
queixa-se de ter ficado em casa, com quase seis anos de experiência, enquanto vê
colocados professores que considera não terem a habilitação necessária para
lidar com estas crianças. "Este ano letivo o descalabro é total",
escrevem os professores num documento enviado às redações, em que dão conta de
"grandes falhas", a nível geral, no concurso de professores. Estes
docentes dizem ser preteridos na contratação de escola por "quem não tem
experiência" neste grupo ou tirou a pós-graduação/especialização há pouco
tempo. "Pedimos ao ministro que reflita sobre esta matéria, porque deitar
fora toda a experiência que um grupo de professores adquiriu ao longo dos anos
não é uma medida positiva", afirma. Segundo a mesma fonte, estarão em
causa "algumas centenas" de professores. Entre estes docentes, circula
também um apelo para que se mobilizem, no sentido de "por fim às sucessivas
ultrapassagens" na lista de ordenação do concurso de docentes de educação
especial, que "ano após ano são ultrapassados por professores oriundos de outros
grupos de recrutamento". No documento enviado à comunicação social,
alegam que a forma como estes professores se relacionam com os alunos e
encarregados de educação "não é equiparável com o ensino regular". O
cerne da questão, dizem, é a "substituição de professores com experiência em
educação especial por professores sem experiência nesta área, mas com mais anos
de serviço noutras áreas e que, para garantirem os seus postos de trabalho,
concorrem a este grupo de recrutamento".
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