terça-feira, 7 de outubro de 2014

Partilha de informação: Manual de Intervenção e Apoio à Educação Especial

Na sequência do que disse ontem, aqui no blogue, sobre a edição do Manual de Intervenção e Apoio à Educação Especial, hoje partilho alguma informação relacionada com os recursos essenciais da Educação Especial nos agrupamentos de escolas / escolas não agrupadas


(...)
2.2 – Recursos essenciais da EE nos agrupamentos de escolas / escolas não agrupadas


Apesar de cada unidade organizacional manter a sua identidade e uma denominação própria, possuir uma realidade e uma especificidade concreta, caracterizadas por uma manifesta dispersão geográfica no território nacional, os seus serviços especializados, incluindo o departamento de EE (se existir), têm a incumbência de se constituírem como as estruturas de orientação educativa que apoiam as famílias das crianças / alunos com NEE, os recursos humanos das escolas e devem promover e desenvolver os materiais, os meios técnicos e as tecnologias de apoio da EE nas comunidades educativas.
Estes recursos especializados devem ter como finalidade prioritária, relativamente a cada criança ou jovem com NEE de caráter permanente, o cumprimento da escolaridade obrigatória e a integração na vida ativa, numa perspetiva de promoção do maior desenvolvimento possível, de acordo com as limitações ou incapacidades de cada um deles, das suas aprendizagens, competências, opções, capacidades, necessidades e especificidades.
Pelo exposto, o departamento de EE [se ainda não está instituído nas escolas - o grupo de recrutamento ou subcoordenação da EE] e as restantes estruturas dos serviços especializados, constituídos e aprovados nos respetivos instrumentos de autonomia[1], devem orientar e desenvolver os recursos e apoios, na respetiva unidade orgânica, em estreita colaboração com os órgãos de administração e gestão da escola.

Manual de Intervenção e Apoio à Educação Especial







Implosão do Ministério da Educação e Ciência: objectivo atingido

No dia 1 de Julho de 2011, nas páginas do PÚBLICO, noticiava-se que o ministro Nuno Crato mantinha a sua declaração, dos seus tempos de analista educacional, de ser essencial implodir a estrutura alegadamente gigantesca do Ministério da Educação e Ciência (MEC).

Mais de três anos depois, parece que esse foi um objectivo amplamente atingido e pelo qual o actual ministro merece ser reconhecido. Nas últimas semanas, o MEC mostrou-se politicamente inexistente e tecnicamente incompetente para resolver um problema para o qual há muito tinham sido feitos diversos avisos. O problema relacionado com a Bolsa de Contratação de Escola (BCE) e com a fórmula usada para ordenar os candidatos “explodiu” com o ano lectivo a arrancar e motivou as mais desastradas declarações públicas, que oscilaram entre a afirmação da perfeita normalidade da situação e o pedido de desculpas do ministro em pleno Parlamento. Pelo caminho, o secretário de Estado da Administração Escolar desapareceu em combate até reaparecer por minutos na SICN em estilo “português suave” e a estrutura técnica do ministério demonstrou até que ponto a implosão anunciada tinha sido conseguida, ao mostrar-se incapaz para resolver um problema que seria impensável nos tempos dos mini-concursos distritais feitos à base de candidaturas em papel.

Quando Nuno Crato foi escolhido para ministro, considerei que era uma excelente opção política, mas que era necessário complementá-la com uma equipa de secretários de Estado com competência técnica. As escolhas então feitas foram, em particular para a área do ensino não superior, desastradas e evidentes cedências a clientelas muito particulares. Para além de uma secretária de Estado fugaz cuja maior qualidade foi termo-nos esquecido dela logo que foi substituída, tivemos um secretário de Estado (aquele que agora desistiu de aparecer) cuja função parece ter sido apenas a de estabelecer “pontes” e “diálogos frutuosos” com alguns grupos de pressão na área do mercado da Educação, mas que se revelou sempre de grande inépcia ou banalidade nas intervenções públicas sobre o sector, em especial quando empurrado para falar pelo próprio ministro em audições parlamentares e outras circunstâncias semelhantes.

No momento actual, em que continuam por colocar centenas ou milhares de professores contratados, após o processo igualmente rocambolesco das rescisões, o MEC optou pela sua estratégia habitual: negar os problemas até ao limite do impensável e procurar não fazer aquilo que lhe era aconselhado a partir de “fora”. Parece que para este MEC, na esteira de uma imagem de marca do Governo, isso é encarado como uma cedência, um sinal de fraqueza. Não interessa se os conselhos são bons e ajustados. Desde que venham das escolas, dos directores, dos professores, não podem ser considerados.

Até que a realidade é demasiado forte e se sacrifica um qualquer director-geral que, diga-se de passagem, só pecou por sair tarde; se encena um acto de contrição e se arrasta a resolução do processo por mais umas semanas, na base da pura teimosia.

O MEC começou por dizer que o problema da BCE atingia apenas uma pequena parte dos professores e das necessidades das escolas. Recentemente, foi dito, em nota que imprensa, que “as novas listas representam menos de 0,8% dos cerca de 110 mil professores que estão nas escolas desde a abertura do ano lectivo”. Isto é uma meia verdade, se é que existe tal coisa. Podem ser 0,8% dos professores em exercício, mas representam mais de 20% das vagas a preencher pela BCE, ou seja, das necessidades das escolas e dos alunos.

Este não é apenas um problema de professores prejudicados por más colocações, uns a ficar inicialmente ultrapassados de modo injusto e outros a ser atingidos pela revogação das colocações obtidas – depois de Nuno Crato ter ido ao Parlamento dizer que ninguém seria prejudicado pelos erros que só podem ser atribuídos ao MEC. Este é um problema das escolas e, muito em especial, dos alunos que continuam sem professores e sem aulas a um nível que eu não via, a caminho de meados de Outubro, há mais de duas décadas. Lembro-me de coisas parecidas, enquanto aluno, ali pelos anos 1980.

O MEC implodiu, de facto.

Em termos políticos, o ministro anda à deriva, pois nunca percebeu (nem parece ter querido perceber) os meandros da sua área de governação e os secretários de Estado parecem mais preocupados em sobreviver ao fogo sem se chamuscar. Em termos técnicos, é incompreensível que o “algoritmo” continue errado (é essa a minha convicção) e se pretenda dar a entender que as falhas são informáticas. Não, os erros são humanos e bem humanos. De incompetência, em primeiro lugar; de arrogância, em segundo. E são erros que resultam de um MEC incapaz de dar resposta à tarefa mais básica que existe no sector: fazer o ano lectivo arrancar na maior normalidade possível para os alunos.

O MEC implodiu como Nuno Crato desejava.

Mas seria esta a implosão necessária?

Fonte: jornal publico

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Partilha de informação: Manual de Intervenção e Apoio à Educação Especial

Manual de Intervenção e Apoio à Educação EspecialAlguns leitores deste blogue, amigos e profissionais da educação têm-me questionado se eu posso partilhar os textos originais do Manual de Intervenção e Apoio à Educação Especial, que publiquei na Livraria Bubok Portugal.

Bem, na impossibilidade de o fazer por várias questões, entre elas razões protocolares (obra protegida) e direitos de autor, partilharei apenas alguns excertos do referido Manual neste blogue. 

Para começar, partilho o índice do Manual de Intervenção e Apoio à Educação Especial. Assim, já é possível ver os principais temas / assuntos: 

ÍNDICE
ÍNDICE..................................................................................................................................... 5
PREFÁCIO................................................................................................................................. 7
INTRODUÇÃO
........................................................................................................................... 9 




CAPÍTULO 1: ÂMBITO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL ....................................................................... 11
1 - Princípios orientadores e objetivos da EE no quadro nacional.............................................. 12
1.1 - Apoios especializados no âmbito da EE............................................................................. 15
1.2 - Elegibilidade das NEE de caráter permanente................................................................... 16
1.3 - Currículo das crianças e alunos com NEE de caráter permanente....................................... 21
1.4 - Processo de avaliação das aprendizagens das crianças / alunos com NEE
de caráter permanente.................................................................................................... 27

CAPÍTULO 2: INTERVENÇÃO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NAS ESCOLAS ........................................ 29
2 - Objetivos estratégicos de intervenção................................................................................ 30
2.1 - Processo de referenciação e avaliação das crianças / alunos.............................................. 31
2.2 - Recursos essenciais da EE nos agrupamentos de escolas / escolas
não agrupadas.............................................................................................................. 36
2.3 - Proposta de funcionamento do departamento de EE....................................................... 38
2.4 - Serviço dos docentes de EE.............................................................................................. 39
2.5 - Equipas de intervenção precoce na infância..................................................................... 41
2.6 - Proposta de constituição das equipas pluridisciplinares de acompanhamento
do PEI .......................................................................................................................... 43
2.7 - Salas de apoio no âmbito da EE........................................................................................ 44
2.8 - Modalidades específicas de educação.............................................................................. 45
2.8.1 - Escolas de referência para a educação bilingue de alunos surdos ............................ 45
2.8.2 - Escolas de referência para a educação de alunos cegos e com baixa visão................ 47
2.8.3 - Unidades de ensino estruturado para a educação de alunos com
perturbações do espetro do autismo................................................................... 49
2.8.4 - Unidades de apoio especializado para apoio a alunos com
multideficiência e surdocegueira congénita ......................................................... 51
2.9 - Intervenção dos SPO no âmbito da EE.............................................................................. 54
2.10 - Centros de Recursos TIC para a EE.................................................................................. 55
2.11 - Instituições / escolas de EE............................................................................................. 55

CAPÍTULO 3: DESENVOLVIMENTO DO PLANO DE INTERVENÇÃO.............................................. 57
3 - Necessidades da EE............................................................................................................ 58
3.1 - Apoio pedagógico personalizado...................................................................................... 58
3.2 - Adequações curriculares individuais................................................................................. 60
3.3 - Adequações no processo de matrícula............................................................................. 62
3.4 - Adequações no processo de avaliação............................................................................. 63
3.5 - Currículo específico individual.......................................................................................... 66
3.6 - Tecnologias de apoio....................................................................................................... 69
3.7 - Proposta de calendarização de serviço no âmbito da EE.................................................... 70
3.8 - Propostas de atividades da EE a desenvolver nos planos anual e plurianual de atividades das escolas 76
3.9 - Duração e calendarização da intervenção e apoio à EE...................................................... 76
3.10 - Programa Educativo Individual (PEI)............................................................................... 77
3.11 - Plano Individual de Transição (PIT)................................................................................. 79
3.12 - Parcerias....................................................................................................................... 80
3.13 - Possíveis constrangimentos / barreiras na intervenção................................................... 85
3.14 - Controlo da qualidade.................................................................................................... 87
3.15 - Resultados esperados.................................................................................................... 88

CAPÍTULO 4: MONITORIZAÇÃO DO PLANO DE INTERVENÇÃO.................................................. 89 

4 - Monitorização da EE........................................................................................................... 90
4.1 - Desenvolvimento de competências da EE ........................................................................ 92
4.2 - Investimentos................................................................................................................. 95
4.3 - Gestão da mudança, imprevistos e riscos......................................................................... 96
4.4 - Avaliação dos resultados.................................................................................................. 98


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................. 100

ANEXOS......................................................................................................................... 104-111




domingo, 5 de outubro de 2014

5 de Outubro – Dia Mundial do Professor

No ano de 1994 a UNESCO proclamou o dia 5 de Outubro como o Dia Mundial do Professor e desde esta data este dia é comemorado um pouco por todo o mundo.
Em Portugal estas celebrações ficaram sempre na penumbra talvez devido a este dia ser ofuscado com a comemoração da Implantação da República em 1910. Talvez agora – que a Implantação da República deixou de ser feriado nacional – seja possível encontrar espaço para comemorar condignamente este Dia Mundial do Professor.
Faz-nos falta em Portugal esta comemoração. Faz-nos falta, em Portugal relembrar e celebrar a profissão de professor e tornar presente a decisiva importância que os professores têm nesta - já por si decisiva - área social que é a Educação. Celebrar a dignidade e a importância de professor é particularmente relevante nos dias que correm por muitas razões:
Antes de mais a profissão de professor tem agora, como tinha há anos atrás, um carater de imprescindibilidade na Educação. Pode-se imaginar uma educação bem diferente da atual, pode-se imaginar uma educação sem livros e até mesmo sem escola mas é incompreensível uma educação que não inclua um mediador para o conhecimento, sem uma presença humana inspiradora de superação e de ética, sem um tutor que dê sentido ao que se sabe, ao que faz e ao que se é. O professor não é, pois, descartável nem negligenciável em nenhum processo, sério e exigente de Educação. Um professor nunca será opcional; sempre será essencial.
Apesar desta importância reconhecida de imediato por todos os que já passaram por processos de educação e de aprendizagem, a imagem social do professor tem vindo a ser muito desgastada. Este desgaste tem várias causas e aspetos: a) o professor tem sido colocado numa posição de subalternidade face até a outros profissionais que atuam no campo educativo. Profissionais oriundos de áreas médicas, paramédicas, ou do campo da psicologia entre outros, sentem-se autorizados a dar instruções aos professores de como atuar. Muitos profissionais, mesmo que só tenham estado na escola como alunos sentem-se legitimados para orientar professores. É verdade que a complexidade da profissão de professor exige a colaboração e articulação de muitos profissionais, repito uma colaboração e não uma submissão. b) os professores são uma classe profissional que muitas vezes se autofragiliza por não conseguir criar e manter ambientes de escola que se sejam colaborativos, que tenham uma boa relação com as famílias e a comunidade e que desenvolvam na escola verdadeiras “comunidades de aprendizagem”.  c) Acresce a estas razões o ataque arrogante à Pedagogia confundindo a seriedade do que se trabalha, do que se sabe e do que se investiga em Ciências da Educação com algumas opiniões circunscritas e tendenciosas que tendem a “meter tudo no mesmo saco”. Estas opiniões são, elas sim, a lídima expressão do tão popular “eduquês”. Com todas estas circunstâncias adversas a imagem social do professor tem vindo assim a ser associada a posições escolásticas, conservadoras, irreais e afastadas do que interessa às sociedades, às famílias e aos alunos.
No nosso país esta degradação da imagem social do professor tem sido particularmente evidente e mesmo encorajada por declarações e decisões tomadas por governantes que deveriam ser os maiores defensores da missão e da profissão de ser professor. A restrição de condições para que se possa realizar um trabalho de qualidade, o corte de professores nas escolas, a diminuição drástica de apoios aos alunos com dificuldades, a crescente normatividade do currículo, o encorajamento do modelo de gestão escolar “top – down” dos agrupamentos e das escolas, o empobrecimento das escolas, a desvalorização da formação de professores, são algumas das muitas razões com que quotidianamente somos confrontados e que tendem a ceifar o prestígio, a independência e a qualidade do trabalho do professor.
Neste 5 de Outubro de 2014 queremos comemorar com toda a sociedade portuguesa o Dia Mundial do Professor. O dia dos professores que, de formas tão diferentes, foram decisivos para dizermos alguns dos “sins” e dos “nãos” que nos fizeram ser as pessoas que somos. O dia dos professores que hoje, em condições difíceis e desgastantes, procuram fazer das crianças e dos jovens deste país os cidadãos daquele país que temos de continuar a sonhar. O dia dos professores que apesar deste presente desencorajador continuam a ser os artesãos do futuro, as pessoas que nunca se conformam com os que os seus alunos são mas sempre os procuram acompanhar para se transcenderem, para serem melhores.


Roteiro para a Educação Especial e Apoio Educativo - Açores


O Roteiro para a Educação Especial e Apoio Educativo foi publicado em 2008 pelos seguintes serviços da Região Autónoma dos Açores: Secretaria Regional da Educação e Ciência - Direção Regional da Educação Divisão da Educação Pré-Escolar e Ensino Básico.

Esse roteiro tem como objetivo ser um suporte orientador às práticas na Região Autónoma dos Açores, e surge pela necessidade de facilitar e uniformizar a comunicação na partilha.


Clica aqui para aceder ao documento.




Orientações sobre Educação Especial e Apoio Educativo na Região Autónoma dos Açores

Educação Especial e Apoio Educativo nos Açores: informações atualizadas a 10 de julho de 2014            
EDUCAÇÃO ESPECIAL - O sistema educativo, bem como o meio envolvente, devem ser acessíveis a todos, implicando sempre que necessário medidas de discriminação positiva destinadas às crianças e jovens com incapacidades permanentes.
 
A educação especial enquanto modalidade de educação e ensino visa, à luz da legislação regional, responder a necessidades educativas especiais de carácter permanente, decorrentes de limitações ou incapacidades, que se manifestam de modo sistemático, com carácter prolongado e que são inerentes ao processo individual de aprendizagem, de participação na vivência escolar, familiar e comunitária. Estas limitações ou incapacidades, embora decorrentes de factores limitadores endógenos, podem ser agravadas por factores ambientais, resultantes de perda ou anomalia, congénita ou adquirida, ao nível das funções ou das estruturas do corpo, nos domínios auditivo, visual, cognitivo, comunicacional, incluindo a linguagem e a fala, emocional, motor e da saúde física.
 
Natureza e Objectivos - A educação especial, no âmbito do sistema educativo regional, assume-se como uma modalidade de educação destinada às crianças e jovens com necessidades educativas especiais de carácter permanente e organiza-se segundo modelos diversificados de integração, garantindo a utilização de ambientes o menos restritivos possível.
 
 Por necessidades educativas especiais entendem-se:
 
“As necessidades permanentes que decorrem de limitações ou incapacidades que se manifestam de modo sistemático em crianças e jovens quando comparados a outros na mesma faixa etária e que são inerentes ao processo individual de aprendizagem e de participação na vivência escolar, familiar e comunitária”.
 
 A educação especial visa a integração educativa e social, a promoção da autonomia, o desenvolvimento pessoal, social e das competências cognitivas, a estabilidade emocional, bem como a promoção da igualdade de oportunidades e a preparação de uma adequada formação profissionalizante e integração na vida pós-escolar e concretiza-se pela aplicação do Regime Educativo Especial (REE).
 
 Sinalização e Avaliação - A sinalização consiste na comunicação/formalização de situações que possam indiciar a existência de necessidades educativas especiais de carácter permanente, e ocorre sempre que se verifique suspeita de eventual existência de necessidades educativas especiais, que necessite de intervenção no âmbito da educação especial e formaliza-se pelo preenchimento de uma de Ficha de Sinalização.
 
A sinalização efectua-se por iniciativa:
 
• Dos pais ou encarregados de educação;
 
• Do conselho executivo da unidade orgânica frequentada pelo aluno;
 
• Dos docentes;
 
• De outros técnicos que mantenham contacto profissional com o aluno ou que tenham conhecimento da eventual existência de NEE.
 
   
Compete ao conselho executivo desencadear os procedimentos que levarão à tomada de decisão no âmbito do processo de avaliação que, para o efeito, solicita ao Serviço de Psicologia e Orientação (SPO), em articulação com o Núcleo de Educação Especial, a avaliação das crianças ou jovens sinalizados e a elaboração do respectivo Relatório Técnico Pedagógico (RTP), onde é identificado o perfil de funcionalidade do aluno, tendo em conta a actividade e participação, as funções e estruturas do corpo e a descrição dos facilitadores e barreiras que, a nível dos factores ambientais, influenciam essa mesma funcionalidade. O relatório deverá ainda explicar as razões que determinam, ou não, as necessidades educativas especiais e a sua tipologia, bem como as medidas do REE e as adaptações curriculares de que o aluno deva beneficiar, que servirão de base à elaboração do Projecto Educativo Individual (PEI).
 
 

 Avaliação da Intervenção - Dos resultados obtidos, por cada aluno, na aplicação do regime estabelecido pelo projecto educativo individual será elaborado, no termo do ano lectivo, um Relatório Circunstanciado de avaliação o qual deve:
 
• Ser elaborado conjuntamente pelo docente, a quem a turma tenha sido atribuída, ou pelo director de turma/tutor, pelo psicólogo e pelos elementos do núcleo de educação especial que acompanharam o processo;
  • Ser aprovado pelo conselho pedagógico, após reunião com o encarregado de educação, da qual será lavrada acta, constituindo parte integrante do processo individual do aluno;
 • Indicar se existe interesse na continuação do aluno no regime educativo especial e propor as alterações consideradas necessárias ao projecto educativo individual;
 • Ter anexado o Projecto Educativo Individual (PEI) que deve, obrigatoriamente, ser comunicado ao estabelecimento de ensino que receba o aluno para prosseguimento de estudos ou como resultado de uma transferência.


  Respostas Educativas - De acordo com o previsto no Regulamento de Gestão Administrativa e Pedagógica de Alunos, consideram-se respostas educativas destinadas a suprir as necessidades educativas especiais das crianças ou jovens, entre outras que a  escola considere adequadas, as seguintes:
•  Projecto Curricular Adaptado (c.f. pág. 29 e 30 do Roteiro para a Educação Especial e Apoio Educativo);
•  Unidade Especializada com Currículo Adaptado (UNECA) (c.f. pág. 30 do Roteiro para a Educação Especial e Apoio Educativo);
•  Condições Especiais de Matrícula (c.f. pág. 32 do Roteiro para a Educação Especial e Apoio Educativo);
• Adaptações Materiais e de Equipamentos Especiais de Compensação (c.f. pág. 32 do Roteiro para a Educação Especial e Apoio Educativo);
Adaptação da Classe ou Turma (c.f. pág. 33 do Roteiro para a Educação Especial e Apoio Educativo);
• Apoio Sócio-Educativo Específico (c.f. pág. 33 do Roteiro para a Educação Especial e Apoio Educativo);
Currículo específico individual (c.f. pág. 33 e 34 do Roteiro para a Educação Especial e Apoio Educativo).
   
 APOIO EDUCATIVO
O apoio educativo consiste na disponibilização de um conjunto de estratégias e actividades de apoio, de carácter pedagógico e didáctico, organizadas de forma integrada, para complemento e adequação do processo de ensino e aprendizagem, destinando-se, prioritariamente, às crianças ou jovens com graves dificuldades de aprendizagem. Concretiza-se nas unidades orgânicas, mediante a elaboração e aprovação de um Projecto de apoio educativo, devidamente enquadrado no respectivo projecto educativo de escola.
 Natureza e Objectivos
O apoio educativo tem como objectivos:
         Contribuir para o aumento do sucesso educativo dos alunos através da melhoria da aquisição de conhecimentos e competências e o desenvolvimento das capacidades, atitudes e valores consagrados nos currículos aplicáveis;
         A orientação educativa, a detecção, o enquadramento e a prevenção de comportamentos de risco educativo e de exclusão social;
         Criar condições essenciais para o desenvolvimento com sucesso do ensino aprendizagem e para a integração na comunidade escolar das crianças e jovens cuja língua materna não seja a portuguesa, quando estes manifestem dificuldades no acompanhamento dos programas educativos.
 Sinalização e Avaliação
 A necessidade de apoio educativo pode ser desencadeada no âmbito do processo de sinalização e avaliação dos alunos em vias de integração no regime educativo especial ou autonomamente, quando, em qualquer momento do ano lectivo, o conselho de turma ou de núcleo verifique que um aluno se encontra em risco de terminar o ano lectivo sem aproveitamento.
 Decorrente de graves dificuldades na aprendizagem ou em resultado de absentismo escolar, o encaminhamento do aluno para apoio educativo é sempre precedido da elaboração de um relatório de avaliação diagnóstico, com o objectivo de permitir identificar as medidas de apoio educativo necessárias para propiciar o sucesso do aluno. Este relatório, será submetido a análise pelo conselho pedagógico e comunicado ao encarregado de educação.
  Compete ao professor da turma, ou ao director de turma, coadjuvado pelo encarregado de educação (e, quando necessário, pelo serviço de psicologia e orientação ou núcleo de educação especial) e pelos restantes docentes da turma, elaborar um Plano Individual (PI) adequado às situações diagnosticadas.
 Fases para a elaboração do Plano Individual
  Tipologias do Apoio Educativo
O apoio educativo é composto pelas actividades educativas e pelos programas de apoio educativo que, apesar de terem objectivos distintos são, todavia, complementares no âmbito do processo de ensino aprendizagem.
As  Actividades  Educativas :
• Apoio educativo em trabalho directo com os alunos, incluindo a realização de aulas de substituição e de outras actividades que se mostrem necessárias na ausência do docente a quem esteja atribuída a leccionação da turma;
• Actividades em salas de estudo e salas de encaminhamento disciplinar;
• Clubes temáticos organizados;
• Actividades de fomento do uso das tecnologias da informação e comunicação;
• Leitura orientada;
• Orientação em tarefas de pesquisa bibliográfica e na Internet;
• Realização de actividades desportivas;
• Actividades oficinais, musicais e teatrais;
• Outras tarefas no âmbito do programa de apoio educativo, o desenvolvimento e companhamento de projectos de carácter técnico-pedagógico em que a escola esteja envolvida.

Os Programas de Apoio Educativo podem assumir as seguintes formas:
• Aulas de substituição;
• Actividades de substituição de aulas e de apoio lectivo suplementar;
• Actividades de complemento curricular e de informação e orientação educacional;
• Adopção de condições especiais de avaliação;
• Adaptações curriculares;
• Estratégias pedagógicas e organizativas específicas.



  A assunção deste facto implica um cuidado planeamento do sistema educativo e dos programas educativos, tendo em vista a diversidade das características, interesses, capacidades e necessidades de todas as crianças e jovens.
Neste contexto, o combate ao insucesso e abandono escolar e a qualificação das aprendizagens são prosseguidos, em estreita consonância, com a perspectiva de responsabilidade social e de inclusão no sistema educativo de crianças e jovens com necessidades educativas especiais, nestas se incluindo aqueles com acentuadas incapacidades.