terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Aula de braille e planificação de aula

Iniciação à aprendizagem do Braille (abecedário)
 
O Braille é constituído por seis pontos dispostos em dois grupos verticais de três pontos cada. Este conjunto de pontos constitui um caracter. Por exemplo, o "E" com acento agudo é formado pelos seis pontos enquanto o "A" é formado apenas pelo ponto um, ou seja, o primeiro ponto do topo esquerdo do grupo de seis pontos.

Estes pontos são saliências no papel com um espaço entre eles muito reduzido, para que cada carácter ocupe o menor espaço possível, mas suficientemente afastados para serem facilmente percebidos.

Com apenas estes seis pontos é possível representar todo o alfabeto, distinguindo letras acentuadas, números, pontuação e todo o tipo de caracteres especiais, como os que são usados em matemática, física, música, etc. Isto é conseguido fazendo preceder o carácter especificado por um outro que lhe atribui o símbolo desejado.

Por exemplo, os números são representados pelas letras do alfabeto de "A" a "J" sendo que a letra "A" representa o número "1" e a letra "J" o número "0". Mas como distinguir um "A" de um "1"? Colocando antes da letra um sinal que, neste caso é o sinal de cardinal "#"

Escrita: A Máquina Braille

A máquina Braille é composta por 9 teclas. Ao passo que na disposição do texto escrito os pontos se contam de cima para baixo, na máquina Braille os pontos dispõem-se de dentro para fora.
Devem colocar-se os três dedos médios de cada mão sobre o teclado da seguinte forma:
Mão esquerda: dedo indicador corresponde ao ponto 1, dedo médio ao ponto 2 e anelar ao ponto 3. O dedo mínimo poderá ser utilizado para mudar de linha, embora seja pouco funcional .

 Mão direita: Indicador corresponde ao ponto 4, médio ao ponto 5 e anelar ao ponto 6. Tal como anteriormente, o dedo mínimo pode ser utilizado para o retrocesso, mas é pouco funcional. Ambos os polegares são utilizados com a barra de espaços que fica no meio.

Como colocar a folha:
 Primeiro verificar se o carreto está totalmente desenrolado. Seguidamente levantar a barra libertadora do papel. A folha deve passar por baixo do cursor e encostar ao lado esquerdo. Depois prender a barra libertadora do papel e enrolar os dois punhos do silindro puxando-os para nós a té a máquina travar..

 Finalmente é só carregar na tecla de udança de linha e está pronto a escrever.

Leitura:
Em geral, os principais dedos para a leitura são os indicadores de ambas as mãos. No entanto, existem pessoas que utilizam outros dedos para leitura por terem o tacto mais apurado nesses dedos.
No entanto o ideal é utilizar o maior número de dedos possível sobre o papel para uma leitura mais rápida e contínua.

Técnica correcta de leitura
Colocar os dedos no início da linha e seguir da esquerda para a direita.

 A mão direita deve seguir até ao fim da linha, enquanto a esquerda deve descer para a linha seguinte e começar a ler antes que a direita termine a linha anterior. Então a mão direita vem ao encontro da esquerda e segue a partir do ponto em que esta parou.
 Isto permitirá uma leitura ininterrupta do texto.

Existem outras técnicas que poderão ou não ser igualmente eficazes, mas não são consideradas correctas, por isso não falaremos delas. No entanto poderão ser livremente utilizadas desde que tenham a mesma eficácia que a apresentada acima.

Algumas técnicas para melhor memorizar o alfabeto em Braille
Na aprendizagem do alfabeto Braille existem algumas técnicas simples que facilitam a sua memorização.
Para começar, é muito importante saber as letras de A até J. Para estas também existem algumas técnicas de memorização mas já chegaremos lá.
Vejamos então com que pontos se faz cada uma das letras de A a J:
A=1

 B=12

 C=14

 D=145

 E=15

 F=124

 G=1245

 H=125

 I=24

 J=245

Podemos verificar que as letras de A a J utilizam apenas os pontos 1, 2, 4 e 5 da célula Braille.
Por sua vez, as letras desde o K até ao T correspondem às mesmas letras que vão desde o A até ao J, acrescentando-se o ponto 3 a cada uma delas. Assim temos:

 K=13

 L=123

 M=134

 N=1345

 O=135

 P=1234

 Q=12345

 R=1235

 S=234

 T=2345

Do U até ao Z, acrescenta-se os pontos 3 e 6 às letras de A a E, sendo o W ignorado por não seguir a regra:

U=136

 V=1236

 (W=2456)

 X=1346

 Y=13456

 Z=1356

 Ç=12346

Vejamos agora algumas dicas para memorizar as letras de A a J:
As letras A e B são geralmente fáceis de memorizar. Concidere-se então as letras C, F e I:
O ponto mais elevado de cada uma destas letras é o 4. Assim, para construir a letra seguinte acrescente-se o ponto 5. Depois, para construir a seguinte, retira-se o ponto 4.

 Exemplo:

 c=14

 D=145

 E=15

 Ou seja:

 c=1+4

 D=1+4+5

 E=1-4+5

 Com O F, G e H, repete-se o mesmo processo:

 f=124

 G=1245

 H=125

E com o I e o J, o processo é exactamente o mesmo:

 I=24

 J=245

Verificamos que apenas temos então que memorizar as letras C, F e I, às quais acrescentamos o ponto 5 e sucessivamente retiramos o ponto 4 (excepto a seguir ao J)
Se quisermos ser ainda mais precisos, podemos fixar apenas a letra C, sendo que, para construir a letra F acrescentamos o ponto 2 e à letra I retiramos o ponto 1.
Assim temos:

 C=14

 F=142

 I=42

Estas são algumas regras que podem facilitar a memorização do alfabeto Braille, e que não precisam ser utilizadas caso o leitor utilize outra técnica que lhe permita a memorização.


Plano da aula

UTILIZAR DE FORMA CORRECTA A MÁQUINA
NT
NA
EA
A
Colocar e tirar a folha de papel.
 
 
 
 
Fazer a mudança de linha; parágrafo.
 
 
 
 
Paginar as folhas.
 
 
 
 
Saber a localização dos pontos Braille e a sua transposição no teclado Braille.
 
 
 
 
Posicionar correctamente os dedos de ambas as mãos no teclado Braille.
 
 
 
 
Movimentar ambas as mãos, da esquerda para a direita
 
 
 
 
Controlar a pressão dos dedos sobre o teclado Braille
 
 
 
 
IDENTIFICAR / RECONHECER A CÉLULA BRAILLE (ORGANIZAÇÃO, ORIENTAÇÃO E LOCALIZAÇÃO ESPACIAL DOS PONTOS).
NT
NA
EA
A
Discriminar pontos em diferentes posições.
 
 
 
 
Encontrar signos iguais e diferentes.
 
 
 
 
Contornar a lápis pontos.
 
 
 
 
Posicionar os antebraços sobre a mesa com os punhos ligeiramente elevados para proporcionar apoio adequado às mãos. Os dedos devem estar ligeiramente curvados.
 
 
 
 
Tactear símbolos Braille para aprender a avançar da esquerda para a direita e o inverso no princípio da linha seguinte.
 
 
 
 
Utilizar a posição adequada no teclado Braille.
 
 
 
 
Controlar a pressão dos dedos sobre os pontos Braille procurando que seja progressivamente mais suave.
 
 
 
 
Saber que a composição dos pontos 1,2,3,4 e 5 forma o grupo de letras de A a J.
 
 
 
 
Saber que ao acrescentar o ponto 3 ao grupo das letras de A a J é formado o grupo de letras K a T.
 
 
 
 
Conhecer a composição da Grafia Braille da Língua Oficial Portuguesa
NT
NA
EA
A
Escrever:
- vogais
 
 
 
 
- ditongos
 
 
 
 
- consoantes
 
 
 
 
Ler usando o tacto:
- vogais
 
 
 
 
- ditongos
 
 
 
 
- consoantes
 
 
 
 
Associar letras, fonemas e símbolos às respectivas combinações da célula Braille
 
 
 
 
Escrever:
- palavras
 
 
 
 
- frases
 
 
 
 
- palavras
 
 
 
 
- frases
 
 
 
 
- frases com sinais de pontuação
 
 
 
 
- pequenos textos com sinais de pontuação
 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Eusébio, queremos-te para sempre!

 
Eusébio da Silva Ferreira (1942 - 2014) - O «pantera negra» VIVERÁ PARA SEMPRE!
 
Com as cores do Benfica, entre maio de 1961 e abril de 1975, Eusébio marcou 596 golos em 557 jogos, com a média de 1,07 golos por desafio, divididos pelas várias competições nacionais (Campeonato, Taça de Portugal, Taça de Honra, Taça Ribeiro dos Reis e Campeonato de Reservas) e internacionais (Taça dos Campeões Europeus, outras competições europeias e torneios internacionais).
 
Por Portugal, entre outubro de 1961 e outubro 1973: marcou 41 golos em 64 jogos, com a média de 0,64 golos por desafio, divididos pelas várias competições (apuramento e fase final de Mundiais e Europeus e encontros de preparação).


Prémios individuais:
1962 - "Bola de Prata" da revista France Football para segundo melhor futebolista na Europa.
1963/64 - Melhor marcador do Campeonato Nacional, com 28 golos.
1964/65 - Melhor marcador do Campeonato Nacional, com 28 golos.
1965 - "Bola de Ouro" da revista France Football para melhor futebolista na Europa.
1965/66 - Melhor marcador do Campeonato Nacional, com 25 golos.
1966 - Melhor marcador da fase final do Mundial Inglaterra66, com nove golos; Melhor Jogador do Mundial Inglaterra66; "Bola de Prata" da revista France Football para segundo melhor futebolista na Europa.
1966/67 - Melhor marcador do Campeonato Nacional, com 31 golos (ex-aequo com Figueiredo, do Sporting).
1967/68 - "Bota de Ouro" para melhor marcador europeu, com 42 golos; Melhor marcador do Campeonato Nacional.
1969/70 - Melhor marcador do Campeonato Nacional, com 21 golos.
1972/73 - "Bota de Ouro" para melhor marcador europeu, com 40 golos; Melhor marcador do Campeonato Nacional.

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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Critérios de elegibilidade de Intervenção Precoce na Infância

Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância (SNIPI) - Critérios de elegibilidade

De acordo com o Decreto-lei 281/09 de 6 de Outubro, são elegíveis para apoio no âmbito do SNIPI, as crianças entre os 0 e os 6 anos e respetivas famílias, que apresentem condições incluídas nos seguintes grupos:


1 - «Alterações nas funções ou estruturas do corpo» que limitam o normal desenvolvimento e a participação nas atividades típicas, tendo em conta os referenciais de desenvolvimento próprios, para a respetiva idade e contexto social;

2 - «Risco grave de atraso de desenvolvimento» pela existência de condições biológicas, psicoafectivas ou ambientais, que implicam uma alta probabilidade de atraso relevante no desenvolvimento da criança.

São elegíveis para acesso ao SNIPI, todas as crianças do 1º grupo e as crianças do 2º, que acumulem 4 ou mais fatores de risco biológico e/ou ambiental. Tal como foi empiricamente demonstrado, este número constitui o ponto de charneira para um aumento substancial do efeito do risco (efeito cumulativo do risco).

1 - Crianças com alterações nas funções ou estruturas do corpo (ICF - CY, 2007)

1.1 Atraso de Desenvolvimento sem etiologia conhecida, abrangendo uma ou mais áreas (motora, física, cognitiva, da linguagem e comunicação, emocional, social e adaptativa), validado por avaliação fundamentada, feita por profissional competente para o efeito.
1.2 Condições Específicas – Baseiam-se num diagnóstico relacionado com situações que se associam a atraso do desenvolvimento, entre outras

  1. Anomalia cromossómica (p. ex. Trissomia 21, Trissomia 18, Sindroma de X-Fragil)
  2. Perturbação neurológica (p. ex. paralisia cerebral, neurofibromatose)
  3. Malformações congénitas (p. ex. sindromas polimalformativos)
  4. Doença metabólica (p. ex. mucopolisacaridoses, glicogenoses)
  5. Défice sensorial (p. ex. baixa visão/cegueira, surdez)
  6. Perturbações relacionadas com exposição pré-natal a agentes teratogénicos ou a narcóticos, cocaína e outras drogas (p. ex. sindroma fetal alcoólico)
  7. Perturbações relacionadas com infecções severas congénitas (p. ex. HIV, grupo TORCH, meningite)
  8. Doença crónica grave (p. ex. tumores do SNC, D. renal, D. hematológica)
  9. Desenvolvimento atípico com alterações na relação e comunicação (p. ex. perturbações do espectro do autismo)
  10. Perturbações graves da vinculação e outras perturbações emocionais. 

 2- Crianças com Risco Grave de Atraso de Desenvolvimento

2.1 – Crianças expostas a fatores de risco biológico: Inclui crianças que estão em risco de vir a manifestar limitações na atividade e participação (ICF – CY, 2007) por condições biológicas que interfiram claramente com a prestação de cuidados básicos, com a saúde e o desenvolvimento.

 

Baseiam-se num diagnóstico relacionado com, entre outros:
História familiar de anomalias genéticas, associadas a perturbações do desenvolvimento;
Exposição intrauterina a tóxicos (álcool, drogas de abuso);
Complicações pré-natais severas (Hipertensão, toxemia, infeções, hemorragias, etc.);
Prematuridade <33 semanas de gestação;
Muito baixo peso à nascença ( < 1,5Kg);
Atraso de Crescimento intrauterino (ACIU): Peso de nascimento <percentil 10 para o tempo de gestação;
Asfixia perinatal grave (Apgar ao 5º minuto <4 ou pH do sangue do cordão <7,2 ou manifestações neurológicas ou orgânicas sistémicas neonatais).
Complicações neonatais graves (sépsis, meningite, alterações metabólicas ou hidroelectrolíticas, convulsões)
Hemorragia intraventricular;
infeções congénitas (Grupo TORCH);
Criança HIV positiva
infeções graves do sistema nervoso central (Meningite bacteriana, meningoencefalite)
Traumatismos cranianos graves
Otite média crónica com risco de défice auditivo
 

2.2 - Crianças expostas a fatores de risco ambiental
Consideram-se condições de risco ambiental a existência de fatores parentais ou contextuais, que atuam como obstáculo à atividade e à participação da criança (ICF–CY, 2007), limitando as suas oportunidades de desenvolvimento e impossibilitando ou dificultando o seu bem-estar.

2.2.1 - São entendidos como fatores de risco parentais, entre outros:
Mães adolescentes < 18 anos
Abuso de álcool ou outras substâncias aditivas
Maus-tratos ativos (maus-tratos físicos, emocionais e abuso sexual) e passivos (negligência nos cuidados básicos a prestar à criança (saúde, alimentação, higiene e educação)
Doença do foro psiquiátrico
Doença física incapacitante ou limitativa

2.2.2 - Consideram-se fatores contextuais, entre outros:
Desorganização Familiar (conflitualidade familiar frequente; negligência da habitação a nível da organização do espaço e da higiene);
Preocupações acentuadas, expressas por um dos pais, pessoa que presta cuidados à criança ou profissional de saúde, relativamente ao desenvolvimento da criança, ao estilo parental ou interação mãe/pai-criança.

Isolamento (ao nível geográfico e dificuldade no acesso a recursos formais e informais; discriminação sociocultural e étnica, racial ou sexual; discriminação religiosa; conflitualidade na relação com a criança) e/ou Pobreza (recurso a bancos alimentares e/ou centros de apoio social; desempregados; famílias beneficiárias de RSI ou de apoios da ação social).