Os surdos de Portugal tem uma língua gestual que é só sua!Este sábado assinala-se o Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa, um idioma onde quem comanda são os movimentos das mãos e as expressões faciais. Conheça o mundo dos que aprendem a comunicar num mundo onde os sons não têm lugar.
Tal como na oralidade e na escrita, a língua gestual portuguesa (LPG) é diferente de todas as outras do mundo e tem a particularidade de variar de norte a sul do país. No entanto existem termos universais, ou melhor alguns gestos universais, como o de "olá" ou "bola". Entre as pessoas que aprendem a língua gestual estão os surdos (que a utilizam como primeira língua), familiares e amigos de pessoas surdas, e profissionais como formadores ou intérpretes. E também simples curiosos.
As duas mãos intervêm na maioria dos movimentos, na aula de língua gestual portuguesa a que fomos assistir, na sede da Associação Portuguesa de Surdos. Encontrámos uma dúzia de alunos com capacidades auditivas que, a cada gesto que aprendem, não resistem a proferir a palavra correspondente. A professora, surda, por regra comunica exclusivamente em LGP e, em casos pontuais, desenha no quadro.
Paula Pereira, uma aluna de 41 anos, diz que não é preciso recorrer à escrita porque a docente "explica-se muito bem" com os gestos. Regra geral, existem determinados gestos para cada conceito (casa, cão, janela). O alfabeto gestual só é utilizado para "soletrar" o nome de alguém, de uma localidade ou sigla. E desengane-se quem pensa que a língua gestual (e respectivo alfabeto) é universal.
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Em Portugal estima-se que existam cerca de 120 mil pessoas com algum grau de perda auditiva (incluindo idosos, que perdem a audição gradualmente).
Fonte: expresso