Jornal de Notícias, 15 de julho de 2017 (notícia sel link)
O JN (tal como o DN) raramente apresentam estas coisas sem ser a partir de fontes de “dentro” em busca de avaliar as reacções.
Talvez seja isto de que o David Rodrigues fala em artigo recente, ao analisar as intenções anunciadas na proposta de reforma da legislação sobre a Educação Especial.
Trata-se, como se pode ver, de um objetivo ambicioso que procura acabar com o ancestral fosso entre o “nós” e o “eles” isto é entre os alunos que têm dificuldades e os que (talvez) não têm. Reduzir, ou mesmo anular este fosso, é uma tarefa essencial para que se possa falar efetivamente de uma educação inclusiva, isto é uma educação em que em lugar de arranjarmos “gavetinhas” para arrumar a diferença organizemos o “gavetão” para arrumar todas as singularidades.
É raro discordar tanto dele nestas matérias. Sempre fui contrário à indiferenciação, ao jogar tudo ao molho para parecer que é igual o que não é ou que pode ser tratado desse modo. O “gavetão” é uma enorme mistificação. As “gavetinhas” podem conviver de forma muito harmoniosa num móvel bem desenhado. Se calhar dá é mais trabalho e custa (no duplo sentido) mais a fazer.
Adivinham-se erros enormes em matéria de Educação Especial, se isto for assim mesmo. Percebe-se que um dos alvos é o Secundário, ao qual, em virtude da extensão da escolaridade obrigatória e dos níveis de sucesso do Básico cada vez vê chegar mais alunos com NEE. Mas o principal é poupar dinheiro com a “inclusão”. E nem quero falar da hipocrisia do discurso governativo em torno desta questão.
Fonte: O Meu Quintal
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