Partilho mais um excelente esclarecimento do João Adelino Santos no âmbito da Educação Especial:
«A questão relativa à aplicação da medida de adequações curriculares individuais aos alunos com necessidades educativas especiais tem suscitado muitas interrogações e, aparentemente, desencadeado respostas nem sempre devidamente esclarecedoras e fundamentadas. Neste texto, vou abordar esta questão e tentar contribuir para o esclarecimento relativamente à aplicação desta medida educativa aos alunos com necessidades educativas especiais incluídos em turmas de cursos profissionais, logo, de nível secundário.
Os cursos profissionais constituem uma modalidade educativa e visam um público específico que, para além de possuir o 9.º ano de escolaridade, procura um ensino mais prático e voltado para o mundo do trabalho, possibilitando, ainda, o prosseguimento de estudos de nível superior mediante a realização dos respetivos exames nacionais. Os programas disciplinares podem ser geridos com alguma flexibilidade tendo em linha de conta o perfil dos alunos. No entanto, tal flexibilidade não significa que os programas sejam elaborados, adaptados e adequados a todos os alunos. Por outro lado, há que ter presente que alguns alunos podem ter a pretensão de se inscrever nos exames nacionais de acesso ao ensino superior e, como tal, precisar de trabalhar os programas disciplinares que os habilite para tal.
A medida de adequações curriculares individuais (cf. art.º 18.º do Decreto-Lei n.º 2008) no ensino secundário e, naturalmente, nos cursos profissionais, tem como padrão o currículo comum e não pode pôr em causa os conhecimentos e as capacidades programáticas das disciplinas. Contrariamente à ideia concetual frequentemente difundida, esta medida educativa não visa eliminar objetivos e conteúdos mas, pelo contrário, prevê genericamente a introdução de conteúdos e objetivos.
Passando a uma análise mais pormenorizada, a medida educativa de adequações curriculares individuais pode ser materializada com a introdução de áreas curriculares específicas que não façam parte da estrutura curricular comum, nomeadamente leitura e escrita em braille, orientação e mobilidade, treino de visão e a atividade motora adaptada, entre outras. Ora, tomando como exemplo um aluno invisual, sobretudo com deficiência visual adquirida num período recente e que ainda não tenha automatizado a leitura e a escrita em braille e desenvolvido a autonomia ao nível da orientação e mobilidade, e que frequente um curso profissional, apenas vislumbro três cenários possíveis: ou tem a introdução e o desenvolvimento do braille e da orientação e mobilidade no âmbito da medida de adequações curriculares individuais; ou está impedido de frequentar um curso profissional, facto que constitui uma negação dos seus direitos, sobretudo quando o perfil de funcionalidade se enquadra e adapta à formação; ou, miraculosamente, o aluno ao ingressar num curso profissional vê a sua limitação visual clinicamente resolvida! A ser possível, este último cenário constituiria, certamente, a solução desejada por todos os alunos com limitações visuais! Mas, posta de parte a intervenção divina, o aluno pode beneficiar da medida de adequações curriculares individuais com a introdução, por exemplo, da leitura e da escrita em braille.
De igual modo, os alunos surdos com ensino bilingue, sobretudo aqueles com limitações adquiridas, podem necessitar da introdução de áreas curriculares específicas para a primeira, a segunda e ou a terceira língua no âmbito das adequações curriculares individuais.
Num outro registo, as adequações curriculares individuais podem consistir na introdução de objetivos e conteúdos intermédios em função do programa do curso ou disciplinas, das características de aprendizagem e das dificuldades específicas do aluno. À semelhança das situações referidas acima, estas possibilidades podem aplicar-se aos alunos com necessidades educativas especiais incluídos em cursos profissionais e enquadram-se no âmbito das adequações curriculares individuais.
Por outro lado, o enquadramento legislativo apenas prevê a dispensa de realização de atividades que se revelem de difícil execução em função da incapacidade do aluno quando o recurso às tecnologias de apoio não é suficiente. Penso que, frequentemente, se extrapola esta particularidade, originando leituras abrangentes da aplicação da medida de adequações curriculares individuais entendendo-se como a redução do currículo. Ora bem, esta singularidade de dispensa aplica-se apenas à realização de atividades e não à redução do currículo ou do programa da disciplina. Pressupõe-se que o aluno deve dominar os conteúdos programáticos estando dispensado apenas da realização das atividades. Esta situação é mais frequente na disciplina de educação física onde, por motivos incapacitantes, alguns alunos não conseguem nem podem realizar determinados exercícios físicos. Logo, estas atividades devem ser retiradas no âmbito das adequações curriculares individuais.
A generalização da ideia de que os alunos com necessidades educativas especiais incluídos em cursos profissionais não beneficiam da medida de adequações curriculares individuais assenta no pressuposto, sem fundamento normativo e educativo, que os programas das disciplinas são elaborados, adaptados e ajustados ao perfil dos alunos, correspondendo, deste modo, às suas características e necessidades. No entanto, e apesar das eventuais adaptações ou reajustes generalizados, os alunos com necessidades educativas especiais mantêm as suas limitações específicas que devem ser correspondidas. Neste cenário, podem, naturalmente, beneficiar da medida educativa de adequações curriculares individuais sempre que tal se justifique e determine».
Fonte: blogue incluso
Espaço de partilha e permuta de materiais, informações e experiências no âmbito da Educação Inclusiva.
domingo, 26 de outubro de 2014
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
Colaboração em estudos/investigação no âmbito da educação especial
Por solicitação da Pró-Inclusão: Associação Nacional de Docentes de Educação Especial , divulgo a seguinte informação:
Estando a frequentar
o Programa de Doutoramento da em Estudos da Criança - Opção Educação
Especial na Universidade do Minho, e sob a orientação das Professoras
Sofia Santos da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa
e Anabela Cruz dos Santos do Instituto da Educação da Universidade do
Minho versando o meu Projeto de tese" O PROCESSO DE TRANSIÇÃO
PARA A VIDA ADULTA DOS ALUNOS COM NEE", gostaria de pedir a sua
colaboração na disseminação de um inquérito elaborado para o efeito:
No âmbito da tese de doutoramento
subordinada ao tema “O processo de transição para a vida ativa dos alunos com
necessidades educativas especiais (NEE): Percursos de formação no sistema
educativo português”, pretende-se realizar um levantamento de informações com professores(2º,3º
ciclos e secundário, educação especial, CEF , profissionais e
técnicos de Portugal Continental e Regiões Autónomas. O objetivo é
tentar compreender quais são as suas opiniões acerca das respostas existentes
nas escolas e instituições, nomeadamente no que diz respeito
às políticas a adotar no âmbito do processo de transição destes jovens para a
vida ativa. Assim neste sentido pedimos a sua colaboração
para responder a TODAS as questões deste questionário.
Obrigada pela colaboração!
https://pt.surveymonkey.com/s/TVA-Professores
NOTA:
NESTE MOMENTO AS REGIÕES MAIS CRÍTICAS SERÃO A
GRANDE Lisboa (LISBOA E SETÚBAL ) , ALENTEJO E COIMBRA
Colaboração em estudos/investigação no âmbito da educação especial
Por solicitação da Pró-Inclusão: Associação Nacional de Docentes de Educação Especial , divulgo a seguinte informação:
Meu nome é Giovana Pires sou estudante de pós
doutoramento na universidade de Lisboa.
Venho gentilmente através da ANDEE me apresentar e
solicitar um minuto da vossa atenção.
No ano de 2013 concluí meus estudos de doutoramento na
área de Formação de Professores em Educação Especial na Universidade de
Lisboa. Minha investigação foi realizada no Brasil com professores de
educação especial.
A técnica dos incidentes significativos visa solicitar aos
professores que selecionem e descrevam situações que chamaram a vossa
atenção durante as sessões de apoio, por assumir particular significado naquele
momento.
Nesta perspetiva venho através da ANDEE solicitar a
contribuição dos professores de educação especial para a realização deste
estudo.
Neste primeiro contato gostaria de aferir a nossa
disponibilidade para participar neste estudo pelo que solicito resposta a este
email com maior brevidade possível. Após definido o grupo de professores iremos
entrar em contato para explicar um guião a ser preenchido
para enquadrar o trabalho.
Na certeza que teremos a vossa ajuda e contribuição
esperamos resposta até o dia 10/11/2014.
Desde já agradecemos a atenção e disponibilidade.
Meus cumprimentos.
Giovana Pires
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
Em Portugal existem 8.500 crianças que foram retiradas às suas famílias e 8.142 destas estão em instituições.
Em Portugal, existem 8.500 crianças que foram retiradas às suas famílias e 8.142 destas estão em instituições. Estes dados relativos a 2013 foram apresentados em abril, mas nesta terça-feira, a conferência ‘Os Direitos da Criança – Prioridade para quando?’, organizada em Lisboa comparou os países que têm crianças institucionalizadas e Portugal está no topo da lista.
O número de crianças em instituições corresponde a 96% das situações de perigo, “é uma anomalia sem paralelo na Europa”, disse o presidente da associação Mundos de Vida, Manuel Araújo, segundo o Público.
“Apenas 4% estão em famílias de acolhimento”, disse Manuel Araújo que acrescenta que “é preciso mudar o sistema de proteção” através de uma maior qualificação das respostas e dos recursos, ou seja, as crianças sejam colocadas em famílias capazes de dar qualidade de vida.
Como solução apresenta a criação de uma “bolsa de famílias”, em que seja possível encontrar “a família certa para uma criança” em função das suas necessidades.
“Às vezes é preciso intervir no superior interesse da criança mas o superior interesse da criança não é a institucionalização”, disse Manuel Araújo, que entre 2006 e 2014 formou 112 “famílias aptas” para acolher crianças em perigo.
Fonte: Notícias ao minuto
O número de crianças em instituições corresponde a 96% das situações de perigo, “é uma anomalia sem paralelo na Europa”, disse o presidente da associação Mundos de Vida, Manuel Araújo, segundo o Público.
“Apenas 4% estão em famílias de acolhimento”, disse Manuel Araújo que acrescenta que “é preciso mudar o sistema de proteção” através de uma maior qualificação das respostas e dos recursos, ou seja, as crianças sejam colocadas em famílias capazes de dar qualidade de vida.
Como solução apresenta a criação de uma “bolsa de famílias”, em que seja possível encontrar “a família certa para uma criança” em função das suas necessidades.
“Às vezes é preciso intervir no superior interesse da criança mas o superior interesse da criança não é a institucionalização”, disse Manuel Araújo, que entre 2006 e 2014 formou 112 “famílias aptas” para acolher crianças em perigo.
Fonte: Notícias ao minuto
terça-feira, 21 de outubro de 2014
Tratamento inovador devolve andar a paraplégico
Darek Fidyka era paraplégico, mas voltou a caminhar depois de ser submetido a uma terapia pioneira. Foi sujeito a um transplante das células da cavidade nasal na espinal medula.
Em 2010, Darek Fidyka foi agredido com uma navalha. O ataque deixou-o paralisado nos membros inferiores. Quatro anos depois, ele recupera o andar. Um tratamento inovador na Polónia devolveu-lhe a esperança de uma vida "normal". Darek já caminha, com a ajuda de um andarilho, e até pode conduzir.
Os detalhes do tratamento podem ser lidos na revista Cell Transplantation e podem, também, ser vistos logo mais num programa especial da BBC, que acompanhou a reabilitação deste doente ao longo do último ano.
« Quando podes mexer apenas metade do teu corpo sentes-te impotente. Quando recomecei a andar foi como se tivesse renascido», explicou este cidadão búlgaro.
Para Geoff Raismam, responsável pelo Departamento de Regenaração no Instituto de Neurologia da Universidade de Londres, este episódio é «ainda mais impressionante do que ver um homem a caminhar na Lua». O tratamento revolucionário recorreu a células que formam o nosso sentido de olfato e que atuam como uma caminho que possibilita que as fibras óticas do sistema olfativo se regenere continuamente.
Essas células contribuem para a reparação dos nervos danificados que transmitem mensagens olfativas. Quando transplantadas para a medula espinal, elas permitem que as extremidades das fibras nervosas que estão danificadas voltem a crescer e se unam, algo que até agora era impossível.
Os detalhes do tratamento podem ser lidos na revista Cell Transplantation e podem, também, ser vistos logo mais num programa especial da BBC, que acompanhou a reabilitação deste doente ao longo do último ano.
« Quando podes mexer apenas metade do teu corpo sentes-te impotente. Quando recomecei a andar foi como se tivesse renascido», explicou este cidadão búlgaro.
Para Geoff Raismam, responsável pelo Departamento de Regenaração no Instituto de Neurologia da Universidade de Londres, este episódio é «ainda mais impressionante do que ver um homem a caminhar na Lua». O tratamento revolucionário recorreu a células que formam o nosso sentido de olfato e que atuam como uma caminho que possibilita que as fibras óticas do sistema olfativo se regenere continuamente.
Essas células contribuem para a reparação dos nervos danificados que transmitem mensagens olfativas. Quando transplantadas para a medula espinal, elas permitem que as extremidades das fibras nervosas que estão danificadas voltem a crescer e se unam, algo que até agora era impossível.
Ler Artigo Completo Fonte: JN | (Pág.1/2) |
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
O Dia da Paralisia Cerebral celebra-se a 20 de outubro
Comemoração do Dia da Paralisia Cerebral
A data celebrou-se pela primeira vez em Portugal em 2013. Esta data visa desmistificar alguns preconceitos relacionados com a paralisia cerebral e mostrar à sociedade os problemas e desafios que sofrem diariamente as pessoas com paralisia cerebral, assim como as suas famílias.
Neste dia organizam-se atividades que apelam à solidariedade para com os doentes com paralisia cerebral, no intuito de melhorar a sua vida.
A paralisia cerebral é a doença motora mais frequente nas crianças e assume diferentes tipos de gravidade de pessoa para pessoa. Em cada 1000 crianças que nascem, 2 podem sofrer de paralisia cerebral.
Fonte: Portugal
Ler mais sobre paralisia cerebral em http://pt.wikipedia.org/wiki/Paralisia_cerebral
A data celebrou-se pela primeira vez em Portugal em 2013. Esta data visa desmistificar alguns preconceitos relacionados com a paralisia cerebral e mostrar à sociedade os problemas e desafios que sofrem diariamente as pessoas com paralisia cerebral, assim como as suas famílias.
Neste dia organizam-se atividades que apelam à solidariedade para com os doentes com paralisia cerebral, no intuito de melhorar a sua vida.
A paralisia cerebral é a doença motora mais frequente nas crianças e assume diferentes tipos de gravidade de pessoa para pessoa. Em cada 1000 crianças que nascem, 2 podem sofrer de paralisia cerebral.
Fonte: Portugal
Ler mais sobre paralisia cerebral em http://pt.wikipedia.org/wiki/Paralisia_cerebral
domingo, 19 de outubro de 2014
Exemplo de um relatório síntese de avaliação - alunos com NEE
Partilho um relatório síntese de avaliação de final de período letivo, destinado a alunos com NEE, disponível para consulta e download no Agrupamento de Escolas de Sobreira.
Relatório Síntese de Avaliação 13-14.doc
Ver Transferir
Relatório Síntese de Avaliação 13-14.doc
Ver Transferir
Nota de agradecimento - Publicação do Manual de Intervenção e Apoio à Educação Especial
Quero agradecer publicamente a todos os autores de blogues de educação especial, em Portugal, que divulgaram informação relacionada com a publicação do Manual de Intervenção e Apoio à Educação Especial.
Muito obrigado a todos!
Livro: Perturbações do Espectro do Autismo: E Agora? Guia para famílias após o diagnóstico
Perturbações do Espectro do Autismo: E Agora?
A Associação de pais “A Dar Resposta” procedeu ao lançamento do livro Perturbações do Espectro do Autismo: E Agora? Guia para famílias após o diagnóstico, o qual se constitui como um guia de apoio a todas as famílias.
Este Guia pretende disponibilizar a pais e educadores algumas informações gerais sobre as perturbações do espectro do autismo, assumindo-se como uma mais-valia para as famílias.
O download do livro é gratuito. Para mais informações, contactar a Associação “ A Dar Resposta” através do e-mail: dar.resposta@gmail.com
Fonte: DGE - Educação Especial
A Associação de pais “A Dar Resposta” procedeu ao lançamento do livro Perturbações do Espectro do Autismo: E Agora? Guia para famílias após o diagnóstico, o qual se constitui como um guia de apoio a todas as famílias.
Este Guia pretende disponibilizar a pais e educadores algumas informações gerais sobre as perturbações do espectro do autismo, assumindo-se como uma mais-valia para as famílias.
O download do livro é gratuito. Para mais informações, contactar a Associação “ A Dar Resposta” através do e-mail: dar.resposta@gmail.com
Fonte: DGE - Educação Especial
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